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segunda-feira, 24 de março de 2008

Preconceito da globo.



Televisão: Na novela “Duas Caras”, da “Rede Globo”, o autor Aguinaldo Silva lançou mão de um dos mais surrados e preconceituosos estereótipos para retratar os evangélicos brasileiros. A personagem Edivânia (interpretada por Susana Ribeiro) tem provocado protestos pela forma como é apresentada ao espectador: uma líder fanática, desequilibrada e agressiva, capaz de perseguir e incitar seus seguidores contra três personagens da novela: o homossexual Bernardinho (Tiago Mendonça), a ex-drogada Dália (Leona Cavalli) e o garçom Heraldo (Alexandre Slavieiro) que vivem juntos numa mesma casa e compartilham a paternidade de uma recém-nascida. A intolerância exibida pela personagem foi tema de reportagem da revista “Veja”, na edição de sábado (15), que registra a revolta dos espectadores da “Globo“ contra os excessos de Edivânia em nome da fé. Num dos capítulos recentes, ela comandou uma tentativa de linchamento a Bernardinho, Dália (ainda grávida) e Heraldo e, na seqüência, exorcizou um colchão usado pelo trio. “Eu sou a mão da justiça divina”, bradava Edivânia, convocando seus seguidores à violência. A atriz Susana Ribeiro disse à “Veja” que foi aconselhada pelo diretor do folhetim, a “parecer louca” em sua interpretação. No dia 16, o “Domingo Espetacular” da “Record”, registrou a indignação, não só da comunidade evangélica, como de líderes de outras religiões, como o vice-presidente da Federação Israelita de São Paulo, Ricardo Berkiensztat: “O nazismo usou isso Estereotipar personagens, estereotipar os judeus”. Roberto Amaral, pastor da Igreja Metodista Wesleyana, também condena a composição da personagem: “É uma aberração mostrar isso como estereótipo do povo evangélico, que é orientado a amar e a perdoar até mesmo seus inimigos”. Jorge Linhares, pastor da Igreja Batista Gethsêmani também está indignado. “Ainda que a novela seja uma mentira, nesse caso a mentira ficou mais evidente. É um absurdo retratar assim uma comunidade tão significativa. Mais de 35% da população hoje no Brasil é evangélica”. Michelson Borges, jornalista, membro da Igreja Adventista do Sétimo Dia, mantém uma página na internet onde discute esses temas. “A novela tenta representar o evangélico como fundamentalista, fanático, coisa que eu nunca vi na minha vida de pesquisador”, acentua. Cássio Ferreira Netto, especialista em direito constitucional diz que o autor feriu a Constituição, que, segundo ele, garante direito a uma crença, liberdade de pensamento e opção sexual. “Na cabeça do especta- dor aquela situação retrata o pensamento e a fé dos evangélicos e isso não é verdade”. A personagem Edivânia deverá continuar a dar péssimos exemplos. Na trama, ela pode ser a verdadeira identidade do misterioso Sufocador, vilão que persegue dançarinas de boate na favela da Portelinha, um dos cenários da novela. Nas mãos de evangélicos O autor da novela, Aguinaldo Silva, comentou o assunto em sua página pessoal na internet. Ele diz que é católico, mas entregou sua vida a um pequeno grupo de evangélicos. “É ele (o grupo) que cuida de mim, do meu gato Tadeu e de tudo que está relacionado ao meu bem-estar e ao bom funcionamento da minha casa”. E defende-se das acusações de preconceituoso. “Podem me acusar de tudo, menos de ter algum preconceito. Da mesma forma, não posso dizer que esses evangélicos tenham algum preconceito em relação a mim, embora lavem meus lençóis e saibam tudo sobre minha vida íntima”.

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